O que é a Economia InstitucionalA Economia Institucional, por vezes chamada de Velha Economia Institucional ou Economia Institucional Original, surgiu nos Estados Unidos na década de 1880, influenciada pela Escola Histórica Alemã, pelo Historicismo Inglês e pela Filosofia Pragmatista estadunidense. Seu batismo como escola de pensamento se deu em 1919, associada aos nomes de Thorstein Veblen, John R. Commons e Wesley Mitchell.
Em comum, seus trabalhos exploram o comportamento econômico concreto, tanto influenciado pela vida em sociedade quanto sobre ela agindo, criando uma evolução constante e sem um fim único em vista no propósito da reprodução material. Esse nosso comportamento apresenta regularidades coletivas que ao mesmo tempo dão estabilidade e moldam nossas ações na busca de melhorias. John Commons as reuniu sob o conceito de instituições - "ações coletivas em controle, liberação e expansão da ação individual." Para o institucionalismo, portanto, as instituições são o tecido da vida econômica. Os fundadores do institucionalismo viviam sob o predomínio de um pensamento conservador pautado na apologia do liberalismo. Em termos acadêmicos, essa onda conservadora se apoiava ora na economia clássica, ora na recém surgida economia neoclássica. Esta, ao ganhar adeptos nos EUA, tornou-se alvo de crítica dos autores institucionalistas. Em lugar de pretensões universalistas e teleológicas, a Economia Institucional enfatiza as peculiaridades coletivas das sociedades em sobreviver e tentar progredir materialmente. Princípios supostamente universais de análise, como as "leis econômicas", são subordinados a tais especificidades. Por isso a Economia Institucional não se pauta por um método, como a otimização na alocação de recursos, ou um fim último, como a maximização de utilidade, mas por uma preocupação mais inclusiva sobre como as sociedades se organizam para sobreviver. Ou seja, a economia é a ciência que estuda como nos organizamos de modo a produzir os elementos materiais (casas, comida, pneus, consultas médicas, obras de arte, sites na internet, etc...) necessários às nossas vidas. Por isso o institucionalismo interage com outras ciências sociais (antropologia, sociologia, política) e ainda com a psicologia e a história para amparar seu trabalho. A visão institucionalista predominou nos círculos acadêmicos estadunidenses entre 1900 e 1930. Esse contexto, porém, mudou com a revolução marginalista, o keynesianismo, a Guerra Fria, a entrada dos físicos e engenheiros na ciência econômica, e a expansão do ensino superior nos EUA. Este último fator nem sempre é lembrado, mas a expansão das business schools veio acompanhada de novos métodos de ensino e avaliação. A teoria marginalista e a síntese keynesiana permitiam ampliar o uso de gráficos para o ensino e a aplicação de provas objetivas com respostas únicas (como o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda ou o ponto de mínimo da função de custos). Isso facilitou o ensino e a avaliação de um grande número de alunos com economia de professores. Os economistas assim formados tornaram-se mais tarde os professores que replicaram e ampliaram o tipo de economia que tinham aprendido. A partir da década de 1970, os trabalhos de Oliver Williamson e Douglass North apresentaram um conjunto de ideias alternativo à abordagem institucional original - a chamada Nova Economia Institucional - centrada na noção de custos de transação. Menos visceral na crítica à tradição neoclássica, essa nova abordagem tanto agrada quanto desagrada muita gente. Muitos institucionalistas originais a tomam por um braço da tradição neoclássica, enquanto muitos neoclássicos a tomam por um conjunto de pressupostos e conceitos difícil de modelar e mensurar e, por isso, estéril. A Economia Institucional é uma Escola do Pensamento Econômico em atuação com um forte caráter interdisciplinar. Sua visão da economia como objeto de estudo contempla aspectos sociais, históricos, antropológicos e psicológicos da interação dos indivíduos em sociedade. Para saber mais, clique aqui. |
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