Algumas figuras importantes no nascimento da Economia Institucional nos EUA
Henry Carter Adams (1851-1921) Economista estadunidense, lecionou na Johns Hopkins University, Cornell University e University of Michigan. Na University of Michigan Adams foi colega de John Dewey e na Johns Hopkins trabalhou com Richard T. Ely, com quem fundou a conhecida American Economic Association. Adams se dedicou ao estudo da relação do Estado com os eventos econômicos. Richard T. Ely (1854-1943) Economista estadunidense, lecionou na Johns Hopkins University e na então progressista University of Wisconsin. Com Henry Adams, Ely fundou a American Economic Association e dá nome à aula magna de seus encontros anuais. Ely centrou seus estudos no papel do governo na economia e nas organizações de movimentos trabalhistas. Ely é também lembrado como influente professor de John R. Commons. John Dewey (1859-1952) Filósofo e psicólogo estadunidense, PhD pela Johns Hopkins University, lecionou na University of Michigan, University of Chicago e Columbia University. Dewey é conhecido como um reformista da educação americana. Com outros professores, dentre eles Thorstein Veblen e Wesley Mitchell, Dewey fundou a New School for Social Research com vistas a fazer dela uma Universidade progressista e moderna de livre pensar. Os trabalhos mais conhecidos de Dewey se voltam à educação, mas há outros em temas como democracia, ética, sociedade civil e formação da opinião pública. Edwin R.A. Seligman (1861-1939) Economista estadunidense educado na Columbia University, onde a seguir lecionou, Seligman era especialista em história econômica e história do pensamento econômico. Questões metodológicas-ideológicas levaram-no a deixar Columbia e fundar a New School for Social Research. Um dos pais do Institucionalismo, Seligman também era simpático às abordagens marxista e austríaca. Seus trabalhos mais conhecidos são em finanças públicas, ressaltando sua expertise em impostos. Adolf A. Berle (1895-1971) Diplomata e advogado estadunidense, com 21 anos Berle foi o PhD mais novo da Harvard Law School. Tornou-se professor de direito administrativo na Columbia University. Diferente dos demais institucionalistas que deixaram Columbia para fundar a New School for Social Research, Berle lá ficou até aposentar-se. Ele foi conselheiro do presidente Franklin Roosevelt e dentre seus trabalhos acadêmicos mais conhecidos está o livro “A moderna sociedade anônima e a propriedade privada”, escrito com Gardiner Means. Alguns Institucionalistas cujas obras praticamente identificam a Economia Institucional em sua origem Thorstein Veblen (1857-1929) Economista e sociólogo estadunidense, Thorstein Veblen é um dos mais importantes intelectuais institucionalistas. Seu primeiro livro, “Teoria da Classe Ociosa”, é o primeiro clássico do institucionalismo. Veblen se graduou na Carleton College e na Johns Hopkins University e se doutorou na Yale University, mas teve dificuldades em alcançar a posição de professor em algumas Universidades. Isso normalmente se deveu ao preconceito com sua origem norueguesa e a seu comportamento pouco convencional. Veblen deu início ao curso de graduação em Economia na Cornell University, e depois lecionou na University of Chicago, Stanford University, University of Missouri e na New School for Social Research, da qual foi um dos fundadores com John Dewey e Wesley Mitchell. Os trabalhos de Veblen são conhecidos por sua inspiração evolucionária e grande interdisciplinaridade. John Roger Commons (1862-1945) Economista estadunidense, Commons é um dos principais pilares da Economia Institucional ao lado de Veblen. Obteve seu PhD pela Johns Hopkins University sob a supervisão de Richard T. Ely, e ambos mais tarde integrariam o corpo docente da University of Wisconsin. Assim como Ely, o foco de pesquisa de Commons também era as questões trabalhistas. Seu trabalho sobre ação coletiva e sobre a interação entre direito e economia também contribuiu para o escopo da Economia Institucional. Embora nem sempre reconhecido, Commons foi o primeiro economista institucional a colocar a transação no centro da análise. Wesley Clair Mitchell (1874-1948) Economista estadunidense, foi aluno de John Dewey e Thorstein Veblen em seu doutorado na University of Chicago. Mitchell foi professor da Columbia University e da New School for Social Research, da qual foi um dos fundadores e seu primeiro diretor. Mitchell dedicou-se à pesquisa de ciclos de negócios, sob influência de Dewey e Veblen. Para Mitchell o empirismo era fundamental para o desenvolvimento da abordagem institucional. Isso o levou a fundar o National Bureau of Economic Research (NBER) e promover estudos quantitativos sobre os ciclos de negócios das firmas estadunidenses. John Maurice Clark (1884-1963) Economista estadunidense, com PhD pela Columbia University, e professor da University of Chicago e da própria Columbia University. A principal preocupação analítica de Clark era a formação dos mercados e a sua relação com o processo competitivo. Clark antecipou pontos centrais da abordagem Keynesiana e da Teoria do Ciclo de Negócios em uma visão institucional. Clark foi agraciado com a Francis A. Walker Medal, prestigiado prêmio da American Economics Association. Clarence E. Ayres (1891-1972) Filósofo estadunidense, PhD pela University of Chicago, e professor do Amherst College e da University of Texas. Ayers foi influenciado pelos escritos de Veblen, expressando uma abordagem institucional Darwinista da sociedade. Ayres, porém, era veemente em atribuir um caráter progressivo às tecnologias e um caráter retensivo às instituições. Esse determinismo tecnológico colocou Ayres em confronto com a visão mais progressiva de Commons e mesmo de Veblen. Ao mesmo tempo, Ayres angariou simpatizantes ao ponto de influenciar a fundação da Association for Evolutionary Economics, uma organização que reúne institucionalistas mas que não contém a palavra instituições em seu nome. Gardiner Means (1896-1988) Economista estadunidense, com PhD pela Harvard University, instituição na qual veio a lecionar. O trabalho mais famoso de Means é o livro “A moderna sociedade anônima e a propriedade privada”, escrito em co-autoria com Adolf A. Berle. Means escreveu uma série de outros livros e artigos científicos de roupagem institucional e partindo, em sua maioria, de uma perspectiva administrativa das empresas. Walton H. Hamilton (1881-1958) Economista estadunidense, graduou-se na University of Texas e foi PhD pela University of Michigan, instituição na qual iniciou as suas atividades docentes. Ele também foi professor da University of Chicago, Amherst College e Yale University. Apesar da sua formação econômica, Hamilton lecionava direito na Yale University. Os conteúdo dos seus cursos giravam em torno da regulação e controle das práticas de negócios, tópicos que eram também o alvo de suas pesquisas. Gunnar Myrdal (1898-1987) Intelectual (reconhecido como economista, sociólogo e cientista político) e político sueco, laureado com o "Nobel" de economia em 1974 por conta de seu trabalho em macroeconomia e desenvolvimento numa perspectiva institucional. A desigualdade é um tema que perpassa seus trabalhos, quer seja entre pessoas dentro de um mesmo país ou entre os próprios países. Sua ênfase em processos de retroalimentação institucional (ou círculos viciosos e virtuosos) se assemelha ao de causação cumulativa de Veblen e inspira muitas das ideias contemporâneas no tema (como histerese, path dependence e retornos crescentes). |
Algumas figuras da Economia Institucional contemporânea
Anne Mayhew Antropóloga estadunidense, graduou-se na University of Chicago e fez seu PhD na University of Texas. Mayhew lecionou na University of Illinois e na University of Tennessee, onde se aposentou. Trabalhando com foco na história do pensamento econômico, Mayhew destaca que seus cursos não carregam o rótulo "Economia Institucional", mas inevitavelmente a contém. Edythe S. Miller Economista estadunidense, professora aposentada e ex-membro da Public Utilities Commission of the State of Colorado. O trabalho de Miller transcende a academia. Miller aplicou a Economia Institucional na regulação da propriedade pública no Estado do Colorado, EUA. Sua experiência na Public Utilities Commission of the State of Colorado foi sempre inspiração para estudos institucionais aplicados. Geoffrey Hodgson (1946) Matemático e filósofo britânico, tem mestrado em Economia pela University of Manchester e Cambridge University, onde também obteve seu Litt.D. Lecionou na Manchester Metropolitan University, University of Northumbria e Cambridge University. Hoje está na University of Hertfordshire e é editor do Journal of Institutional Economics. Hodgson é um dos mais ativos institucionalistas, tendo publicado mais de uma centena de artigos e uma dezena de livros em Economia Institucional. Ha-Joon Chang (1963) Economista sul-coreano, com base na Inglaterra, formou-se pela Seoul National University e obteve mestrado e doutorado na Cambridge University. Chang tem se destacado com trabalhos voltados ao desenvolvimento econômico e sua relação com as instituições, tendo o economista alemão Georg Friedrich List como influência explícita de sua visão institucionalista. John Kenneth Galbraith (1908-2006) Economista canadense-estadunidense, formou-se em Economia Agrícola pela Ontario Agricultural College e fez mestrado e doutorado em Economia Agrícola pela University of California. Atuou como professor na Harvard University e na Princeton University. Durante a década de 1930, foi professor visitante na Cambridge University, onde foi influenciado por John Maynard Keynes. Galbraith publicou uma série de livros de cunho institucional. Soma-se a isso sua grande inclinação política, o que o tornou conhecido pelo grande público e influenciou os seus escritos. Paul Dale Bush Economista estadunidense, PhD pela Claremont Graduate School, leciona na California State University-Fresno. Seus trabalhos cobrem vasta área da economia institucional, mas dois temas merecem destaque: mudanças institucionais e a relação entre tecnologia e instituições. Marc R. Tool (1921-) Formado em Economia & Finanças pela University of Denver e com PhD em Harvard, Marc Tool foi um dos mais produtivos autores do institucionalismo na segunda metade do século XX. Tool lecionou na University of Denver e na Ca universidades estadunidenses. Com muita inspiração na obra de Veblen, Ayres, John Dewey e na sua formação marxista, Tool escreveu bastante sobre uma teoria social do valor instrumental baseada na filosofia pragmatista. Philip A. O'Hara Economista e geógrafo australiano, atualmente na Curtin University (Austrália), pesquisa intensamente os temas da economia política global, governança e políticas econômicas e sociais, estruturas sociais de acumulação, e a história do pensamento econômico relacionada a tais temas. Warren J. Samuels (1933-2011) Economista estadunidense, formou-se pela University of Miami e obteve seu mestrado e PhD pela University of Wisconsin. Lecionou na University of Missouri, Georgia State College, University of Miami, e aposentou-se na Michigan State University. Além de pesquisar temas relativos à Economia Institucional, Samuels foi um historiador do pensamento econômico e estudou metodologia e filosofia econômica. Boa parte de sua pesquisa se volta ao papel do Estado na economia. William Dugger Economista estadunidense, formou-se em finanças na University of Tulsa e recebeu PhD pela University of Texas. Lecionou na University of Texas, University of North Texas e DePaul University, e é hoje professor da University of Tulsa. A pesquisa de Dugger é pautada em análises da relação das instituições com crescimento e desenvolvimento econômico com foco em pobreza e desigualdade. Yngve Ramstad (1941-2008) Economista norueguês erradicado nos EUA, PHD pela University of California, lecionou na San Francisco State University, na UC Davis, University of California-Davis, e na University of Rhode Island. A pesquisa acadêmica de Ramstad envolveu temas institucionais variados e também a “economia dos esportes”. |