Comumente a internet e demais maravilhas do atual “mundo eletrônico” são consideradas como uma porta de acesso a um número gigantesco de informação, mas será?
Hoje me deparei com a reportagem “Amazon vende mais livros eletrônicos que físicos”, publicada pelo Jornal do Brasil. O fenômeno destacado pela reportagem pode ser compreendido como uma mudança nos hábitos e formas institucionalizadas de termos acesso a livros técnicos, literatura e demais publicações. Normalmente, são apontados os benefícios dessa mudança institucional. No entanto, também existe um perverso lado negativo.
Para se comprar, e consequentemente utilizar, um livro eletrônico é necessário ter acesso a um leitor de livros eletrônicos, o Kindle no caso da Amazon. Hoje os principais leitores de livros eletrônicos são o Kindle e o iPad (o segundo não é somente um leitor de livros). Tais aparelhos possuem aplicativos que permitem a compra dos livros virtuais, o problema é que os produtores de tais aparelhos possuem relações econômicas explícitas com bibliotecas virtuais específicas. Logo, tal mudança institucional gera uma situação na qual poucos agentes econômicos controlam do acesso dos indivíduos aos livros – antes existia um número enorme de livrarias.
O mesmo ocorre em relação a internet. Na internet uma quantidade sem tamanho de informação que nos é apresentada pelo Google, pois este se institucionalizou como o principal portal de busca, ou a Wikipédia, a chamada enciclopédia virtual. Apesar do grande volume de informação mais uma vez ela é controlada por poucos agentes econômicos.
Não há uma porta de acesso a um número gigantesco de informação, mas sim um número gigantesco de informação controlado por agente econômicos que se apropriaram ou construíram canais de acesso institucionalizados de acordo com os seus interesses econômicos.
Felipe Almeida
Hoje me deparei com a reportagem “Amazon vende mais livros eletrônicos que físicos”, publicada pelo Jornal do Brasil. O fenômeno destacado pela reportagem pode ser compreendido como uma mudança nos hábitos e formas institucionalizadas de termos acesso a livros técnicos, literatura e demais publicações. Normalmente, são apontados os benefícios dessa mudança institucional. No entanto, também existe um perverso lado negativo.
Para se comprar, e consequentemente utilizar, um livro eletrônico é necessário ter acesso a um leitor de livros eletrônicos, o Kindle no caso da Amazon. Hoje os principais leitores de livros eletrônicos são o Kindle e o iPad (o segundo não é somente um leitor de livros). Tais aparelhos possuem aplicativos que permitem a compra dos livros virtuais, o problema é que os produtores de tais aparelhos possuem relações econômicas explícitas com bibliotecas virtuais específicas. Logo, tal mudança institucional gera uma situação na qual poucos agentes econômicos controlam do acesso dos indivíduos aos livros – antes existia um número enorme de livrarias.
O mesmo ocorre em relação a internet. Na internet uma quantidade sem tamanho de informação que nos é apresentada pelo Google, pois este se institucionalizou como o principal portal de busca, ou a Wikipédia, a chamada enciclopédia virtual. Apesar do grande volume de informação mais uma vez ela é controlada por poucos agentes econômicos.
Não há uma porta de acesso a um número gigantesco de informação, mas sim um número gigantesco de informação controlado por agente econômicos que se apropriaram ou construíram canais de acesso institucionalizados de acordo com os seus interesses econômicos.
Felipe Almeida